quarta-feira, 25 de maio de 2016

Todo mundo precisa de um herói.

Como a gente gastou tanto da nossa juventude aguardando ser adulto e dono do nosso nariz? E agora quantos minutos a gente gasta desejando voltar pro útero da nossa mãe porque lá era lugar quentinho e a gente não pagava aluguel?

Perceber se tornando adulto dá medinho. Dá pavor. Dá vontade de sair correndo. Ter que tomar decisões que determinam sua vida e seu futuro não é fácil, não dá pra jogar dados ou fazer um par ou ímpar, por mais que muitas vezes a gente acabe fazendo isso quando já não sabe mais o que fazer.

A vida sendo uma resposta de suas escolhas. E nenhuma escolha como brigadeiro ou beijinho, usar rosa ou azul, com ou sem cordão. É continuar no emprego que já tá te irritando ou mudar para um novo que paga um pouco mais, mas você não conhece ninguém lá. Casar e ter filhos ou viajar pelo mundo. Fazer um curso de inglês ou cuidar da saúde e entrar pro Pilates.

Penso que Deus podia às vezes facilitar e mandar um mensagem no whatsapp de vez em quando e dizer se estamos no caminho certo ou a gente precisa dar uns passos mais pra direita ou pegar o próximo retorno.

Eu sei que ele nos manda sinais o tempo todo, mas o poder de decifrar tudo isso não tá sempre tão em dia ou, simplesmente, a gente só não quer ver.

A verdade é que não somos preparados pra enfrentarmos o mundo. Nos colocam medos, decidem pela gente, caminham com nossas pernas e de uma hora pra outra somos jogados entre os leões e temos que de cara decidir se a gente corre, se finge de morto ou tenta fazer uma amizade sincera com o felino.
Quando dá faço um cara e coroa e sigo em frente. Quando posso, adio. Quase sempre começa na segunda e termina na terça. Havendo possibilidade enfrento e digo na lata. E quando não posso me faço uma panela de brigadeiro e digo pra mim mesma que vai ficar tudo bem.

Se a gente deixar é pressão o tempo inteiro e o tempo todo. Tem vezes que absorvo, me desespero e resolvo. Outras, absorvo, me desespero e fica como tá. E quando reclamam de novo eu escuto e faço cara de quem concorda. E vai ficar como tá. E uma hora acontece, uma hora vai. Quando tiver pronta, disposta, com vontade.

Deixo que diguem, que pensem, que falem, deixo isso pra lá. E quando não deixo corro pro colinho da mamãe que sempre sabe o que fazer. E assim é que é ser maduro, não é mesmo? A gente faz até onde dá e quando a gente já não sabe mais dá aquele grito de guerra “mãããeeeeee”. E tudo vai ficar bem. E fica. 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Cutucando o machucado

Sabe quando acontece algum ruim na sua vida, você tentar lidar com isso e chega um momento que você acha que tá “ok’ e guarda tudo dentro de uma gaveta pra não remexer mais?

Aí durante a vida sempre chega um outro pra te fazer reviver aquilo, mas até aí dói um pouquinho, mas tá lá paradinho ainda.

Pode ser que aconteça que você reviva fortemente aquele sentimento por uma outra experiência ruim, e sabe Deus a necessidade disso. Mas aí o que talvez pudesse ser menos dolorido acaba sendo mais profundo.

E pra aquietar uma turbulência no peito só com muito amor e compreensão, porque não há mal que não possa ser remediado, quando se deseja e se percebe a vontade em mudar.

Não existe regras nessa vida do tipo revista da Capricho que ensina em 10 passos como lidar com tal situação. O que existe é você conhecer quem é, o que quer e o pode fazer pra conseguir isso.

Ter certeza da posição faz os passos serem guiados apenas pra uma direção e o mundo conspira pra te estimular em suas conquistas. 

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Tempo perdido

Pega o celular pra ver a hora. Responde a mensagem da mãe pra saber que horas vai sair. Olha uns snaps e perde tempo ouvindo alguém te chamar de “gado” e ganhando dinheiro com isso. Finaliza com aquela rodada na timeline que é só pra ver se tem alguma novidade e quando vê já passou uma hora.

“Uma hora, meu Deus! Eu podia ter feito tanta coisa.” E aí começa aquela pressão no peito que te diz apontando todos os dedos pra você “Que inútil!”

Ser sentir inútil é certamente uma das piores coisas. Achar que você não é nada, não faz nada pra ninguém, não contribui para o avanço da sociedade. Mas no fundo ninguém é tão assim. Alguma coisa você faz.

O problema é que viver bem nesse mundo ou você nasce em família rica e curte uma boa herança ou você trate de correr atrás. E, em tanta correria, minutos desperdiçados vendo blogueira postando look do dia ou vendo um vídeo falando sobre meleca é jogar dinheiro fora.

Deveria estar estudando. Deveria estar implorando por um emprego. Deveria estar arrumando o quarto. Deveria estar fazendo malabarismo no sinal. Deveria ter nascido linda e magra pra ser modelo. Deveria. Dever.

Desde que mamãe me concebeu eu já tô cheia de direitos e deveres, inclusive o Código Civil já tava lá dizendo pra era eu só nascer com vida que tava tudo garantido pra mim. Aí cheguei achando que tava abafando, mas no fundo tudo que tinha vinha sempre acompanhado de uma cobrança em ser boa.

Todo mundo quer ser bom. E o esforço em ser nos faz buscar todo santo dia. Mas tem hora que dá preguiça. Tem dia que você acorda querendo ir pra longe. Tem noite que você vai dormir querendo morrer. Tem tanto pra te puxar pra baixo.

Mas quando você deixa bater aquela deprê, sempre aparece alguém, uma frase de jornal, uma matéria na Eliana, um bom amigo espiritual que de alguma forma nos diz “Já parou de sofrer pelo o que perdeu, miga? Vamos agir?”

É. O quanto a gente sofre pelo o que passou e poderíamos ter feito mais? O quanto a gente quase sucumbe nosso estômago de nervoso pelo o que estar por vir? Ansiedade, mal da humanidade.

Continuo sofrendo, tomando omeprazol, tendo mil pensamentos de sair correndo pela ruas e morar em qualquer canto desse mundo, mas não tenho coragem de fugir de mim, dos meus compromissos e da vida que tenho.

Não tenho coragem não por ser medrosinha de viver uma vida sozinha e vendendo minha arte na praia, mentira tenho sim. Mas a verdade é que a cobrança é resultado de se sentir  responsável pelas suas escolhas e é isso que faz desesperar e ao mesmo tempo impulsiona. Doideira.

Dá pra entender? Talvez não. Porque é confuso mesmo. E todo mundo é assim. Cheio de mil coisas por dentro. É que tem gente que acumula pra deixar pra se resolver no fds. Aí no fds tem chopp, futebol, dormir e netflix. Quando se percebe, tá todo embolado, sem achar o fio da meada e fica até com medo de se ver. Então, não espere pra não criar seu próprio monstrinho.